A chegada do período chuvoso em Porto Velho acende o sinal de alerta para o aumento de casos de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, mas que apresentam sintomas e formas de evolução diferentes. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) orienta a população sobre as medidas para evitar o adoecimento.
Em Porto Velho, o resultado do último Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) de 2024 apontou um Índice de Infestação Predial (IIP) de 2,5% para o Aedes aegypti, que representa médio risco para a proliferação do mosquito. Mesmo assim, é necessário ações individuais para que a situação permaneça favorável para a saúde da população.
Principais diferenças entre dengue, zika e chikungunya
O médico Marcos Verçosa, do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) da Semusa, ressalta que embora compartilhem sintomas semelhantes, cada uma dessas doenças possui características próprias e exige cuidados específicos.
Dengue: febre alta e dores intensas
A dengue é a mais comum dessas doenças, principalmente nos meses de chuva, quando há mais focos de água parada, ambiente ideal para a proliferação do mosquito.
Os principais sintomas incluem febre alta (acima de 38°C), fortes dores de cabeça, nos olhos e no corpo, além de manchas vermelhas, vômito e diarreia. Em casos graves, a dengue pode causar hemorragias e queda das plaquetas, necessitando de atendimento médico imediato.
Uma pessoa pode contrair dengue até quatro vezes, pois há quatro sorotipos do vírus circulando.
Chikungunya: dor nas articulações e possível cronicidade
A chikungunya, identificada no Brasil em 2014, tem como principal sintoma a dor intensa nas articulações, que pode ser tão forte a ponto de limitar os movimentos.
“A chikungunya causa inchaço e dor nas juntas, o que pode ser bastante debilitante para o paciente. Esses sintomas não são tão comuns na dengue, que tende a causar mais dores musculares”, explica Verçosa.
A melhor forma de prevenção é a eliminação de criadouros do mosquitoA febre alta também é um sintoma comum, e a vermelhidão no corpo pode estar presente. Porém, ao contrário da dengue, não há complicações hemorrágicas.
Zika: risco para gestantes e sintomas leves
O zika vírus, que ganhou destaque em 2015 devido à sua associação com casos de microcefalia em bebês, geralmente apresenta sintomas mais leves, como febre baixa, vermelhidão nos olhos (sem secreção) e manchas vermelhas no corpo, acompanhadas de coceira.
“Na zika, a vermelhidão nos olhos, semelhante a uma conjuntivite sem secreção, é um sintoma típico, enquanto na dengue esse sintoma não ocorre”, destaca o especialista.
A doença pode passar despercebida em muitos casos, mas gestantes devem ter atenção redobrada, já que a infecção pelo vírus durante a gravidez pode levar a malformações no feto.
Grupos de risco
Gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas estão mais vulneráveis a desenvolver formas graves dessas doenças. Gestantes, em especial, devem ter atenção redobrada em relação à zika, devido ao risco de complicações no feto.
Tratamento e diagnóstico
Não há tratamento específico para nenhuma dessas doenças. O cuidado se baseia em hidratação adequada e uso de analgésicos, como dipirona ou paracetamol, sempre evitando anti-inflamatórios como ibuprofeno ou aspirina, que podem agravar os sintomas.
“A hidratação vigorosa é a principal medida que pode evitar a evolução para casos graves e até óbitos, principalmente no caso da dengue”, afirma Verçosa. O diagnóstico é feito por exames laboratoriais, disponíveis nas unidades de saúde de Porto Velho.
Prevenção: a melhor arma contra o Aedes aegypti
A melhor forma de prevenção é a eliminação de criadouros do mosquito. Medidas simples, como evitar o acúmulo de água em recipientes e usar repelentes, podem reduzir significativamente o risco de infecção.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) também reforça a importância de cada pessoa inspecionar regularmente suas casas e quintais, eliminando focos de água parada. Além da proteção individual com uso de repelentes, algumas ações podem ser feitas pela população para evitar a proliferação do mosquito. Entre elas estão:
Colocar areia nos pratinhos de plantas
Manter caixas d’água bem tampadas
Lavar com frequência os bebedouros de animais
Limpar calhas e bandejas de degelo
A vacinação contra a dengue, disponível em alguns casos, ainda não protege contra zika e chikungunya, reforçando a importância das medidas de controle ambiental e prevenção individual.
Saiba como proceder ao detectar os sintomas
Caso apresente sintomas de qualquer uma das arboviroses, a orientação é procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado. Os exames laboratoriais para confirmação das doenças estão disponíveis nas unidades de saúde de Porto Velho, e a equipe médica está preparada para orientar sobre os cuidados necessários.
Fonte: Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)
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