O mercado paulista de açúcar cristal branco mostrou resiliência em 2024 frente aos desafios internos e externos.
Segundo pesquisadores do Cepea, a menor oferta, somada à competição entre os diferentes destinos da cana-de-açúcar, evidenciou as estratégias das usinas em maximizar suas margens diante de um cenário de incertezas.
Levantamentos do Cepea mostram que a safra 2024/25 se iniciou, em abril, com cotações médias superiores às do mesmo período de 2023.
Essa valorização decorreu da disponibilidade reduzida de açúcar branco no mercado doméstico, visto que muitas usinas priorizaram a produção de açúcar VHP (destinado à exportação) e de etanol, favorecida pelo aquecimento da demanda interna por biocombustíveis.
As altas, porém, não se sustentaram, e os preços do cristal passaram a cair rapidamente.
Além do aumento no volume produzido nos primeiros meses da temporada e da elevação dos estoques, a volatilidade cambial e a desaceleração da procura doméstica reforçaram a pressão sobre os valores, que baixaram para a casa dos R$ 130/saca de 50 kg, ainda conforme pesquisas do Cepea.
A partir de agosto, os preços reagiram vigorosamente, alcançando, em novembro, recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 2003 – a média mensal do Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) foi de R$ 166,46/sc de 50 kg, aumento de 8,93% em relação a outubro.
Essa recuperação, por sua vez, revelou a resiliência do mercado em meio a um conjunto de fatores adversos no campo.
Produtores enfrentaram uma queda drástica na disponibilidade de cana-de-açúcar, causada pela combinação de seca generalizada, queimadas e a propagação de uma nova doença, a murcha.
Fonte: Cepea
Imagem: Pixabay/955169
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