Apagão deixa Acre e Rondônia sem energia elétrica; MT tem uma cidade afetada

 

Apagão deixa estado do Acre sem energia elétrica na tarde desta quinta-feira (22)

Porto Velho, RO - Um apagão na tarde desta quinta-feira (22) deixou o Acre sem energia elétrica. De acordo com a concessionária Energisa, o estado inteiro foi afetado, totalizando 217 mil consumidores sem energia elétrica. O problema afetou o estado de Rondônia, que também é abastecido pela mesma empresa, e uma cidade de Mato Grosso.

O serviço voltou a ser restabelecido em alguns bairros de Rio Branco, capital do Acre, após três horas, por volta das 18h (horário local).

Em Rondônia, em cidades como Ji-Paraná, Ariquemes e Pimenta Bueno, a energia também começou a ser reativada por volta do mesmo horário. Na capital, Porto Velho, a energia está instável, com quedas frequentes, e grande parte da cidade segue sem energia, sem restabelecimento até as 19h02, horário local. Aproximadamente 500 mil pessoas estão sendo afetadas apenas em Porto Velho.

Em nota, a concessionária de energia elétrica disse que no Acre a falha no serviço ocorreu por causa de um evento externo no Sistema Interligado Nacional (SIN).

A Energisa, que também opera em Rondônia, afirmou ainda que está em contato com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "O restabelecimento do serviço será feito à medida que o ONS liberar", complementou durante a tarde.

Segundo o ONS, "houve perda do sistema de transmissão em corrente contínua do Complexo Madeira, além do sistema de transmissão em 230 kV que interliga os estados do Acre e Rondônia ao SIN".


Energia retornou em alguns bairros a partir das 18h, mas parte da cidade ainda estava às escuras 

Apagão deixou Acre e Rondônia sem energia elétrica

A recomposição do sistema, ainda conforme o ONS, teve início às 17h10 (horário oficial de Brasília). "O processo de recomposição segue em andamento, já tendo sido recomposto 50 MW de cargas até o momento do envio desta nota (18h01)". (Veja a nota na íntegra abaixo)

Em Mato Grosso, houve apagão na cidade de Rondolândia, que fica na divisa com Ji-Paraná (RO) e é abastecida pela cidade. Ao g1, a concessionária informou que ocorreu um Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) e, por isso, houve o apagão

Além destes, a concessionária está presente em São Paulo, Paraíba, Sergipe, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro. No entanto, não há relatos de apagão nestas regiões.

O g1 entrou em contato com a empresa, mas até a atualização mais recente desta reportagem não foi divulgada a causa exata do problema e nem a previsão para o restabelecimento do serviço.

Consequências do apagão


Rio Branco está sem energia elétrica desde a tarde desta quinta-feira (22); Energisa disse que problema é em todo o Acre

Duas funcionárias da Prefeitura de Rio Branco ficaram presas no elevador do prédio, no Centro da cidade. Uma guarnição do Corpo de Bombeiros foi acionada para fazer o resgate.



Apagão deixa cidades do Acre e Rondônia sem energia elétrica nesta quinta-feira (22)

A informação repassada ao g1 é de que elas ficaram no local por 40 minutos. Elas não quiseram falar com a reportagem.

Também houve registros de falta de luz na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) e escolas da capital que liberaram os alunos por conta do calor. Faculdades e um centro universitário de Rio Branco também cancelaram as aulas.

A falta de energia prejudicou ainda o fornecimento de internet de algumas concessionárias de telefonia, provocando instabilidade no serviço.


Fundhacre chegou a ficar sem energia por alguns instantes até o gerador ser ligado — Foto: Golby Pullig/Arquivo pessoal

A coordenadora do Serviço de Atendimento Médico Especial (Same), Átila Marinheiro, explicou que todos os pacientes foram atendidos e os que não tinham pegado senha no sistema houve uma reorganização para garantir o atendimento.

"O sistema já voltou. Foi breve a falta de energia. Nosso sistema voltou e nossos pacientes estão sendo atendidos. Alguns pacientes que não chegaram a adquirir a senha mecânica, resolvemos fazer uma listagem com esses pacientes e geramos uma lista manual e estamos chamando os pacientes, que são bem poucos", garantiu.



Átila Marinheiro, coordenadora do Serviço de Atendimento Médico Especial (Same), da Fundhacre

O funcionário público Carlos Antônio estava na Fundhacre aguardando atendimento quando acabou a luz. Em entrevista à Rede Amazônica Acre, o servidor disse que ia esperar o retorno dos serviços.

"Paciência é sempre, né? Quem vem com atendimento hospitalar tem que ter paciência e aguardar para esperar. Optei por esperar. Vou fazer uma ressonância magnética", contou.



Funcionário público Carlos Antônio ficou sem atendimento na Fundhacre

Além do calor, para a dona de um pequeno restaurante no Centro de Rio Branco, a comerciante Lúcia Menezes, a falta de energia elétrica trouxe ainda o medo de prejuízos.

"Tenho carne, frango e polpas de frutas no congelador que podem estragar e não tenho nem ideia do tamanho do prejuízo que isso pode dar", conta.


Comerciante Lúcia Menezes teme que alimentos estraguem por conta do apagão no Acre

Nota do Operador Nacional do Sistema Elétrico

"O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirma que, às 16h47, desta quinta-feira, 22/8, houve interrupção de cerca de 980 MW de carga, nos estados do Acre (180 MW) e Rondônia (800 MW). Os dados foram obtidos através de sistema de supervisão do ONS. Houve perda do sistema de transmissão em corrente contínua do Complexo Madeira, além do sistema de transmissão em 230 kV que interliga os estados do Acre e Rondônia ao SIN.

A recomposição do sistema teve início às 17h10, através da energização do sistema de interligação em 230 kV entre as subestações de Pimenta Bueno e Ji-Paraná. O processo de recomposição segue em andamento, já tendo sido recomposto 50 MW de cargas até o momento do envio desta nota (18h01).

O ONS ainda aguarda informações dos agentes para analisar a causa. As equipes do ONS e dos agentes estão dedicadas para a retomada do serviço à sociedade com segurança, no menor tempo possível."

Colaboraram Júnior Andrade, Luana Rodrigues e Melícia Moura da Rede Amazônica Acre.

Fonte: G1