Walter Delgatti Neto incluiu um falso alvará de soltura no sistema da Justiça em favor de um integrante do Comando Vermelho, condenado a mais de 200 anos de prisão. A informações foi revelada pelo site G1 nesta quarta-feira 24, com base na denúncia denúncia elaborada pela Procuradoria-Geral da República contra o hacker.
Segundo o órgão, o falso alvará de soltura do criminoso, conhecido como Sandro Louco, foi adicionado ao sistema do CNJ pelo hacker para ‘descredibilizar o Judiciário brasileiro’. A invasão ao CNJ e a inclusão de documentos falsos ocorreu, segundo a PGR, a mando da deputada Carla Zambelli (PL). Os dois foram denunciados pelo órgão nesta terça-feira 23.
Conforme a denúncia, Delgatti invadiu o site do CNJ “maneira livre, consciente e voluntária, sob comando da senhora Carla Zambelli” e “emitiu documentos ideologicamente falsos, com o fim de prejudicar valores juridicamente protegidos”.
A invasão, conforme mencionam os investigadores, seria parte de um projeto de Zambelli para desmoralizar o sistema de Justiça. “[O esquema foi] orquestrado pela deputada, para causar desconfiança da população em âmbito eleitoral”.
A indicação era que, ao ser revelada a soltura de Sandro Louco, a população fosse inflamada contra o Poder Judiciário. O sentimento poderia encorpar o grupo que, mais tarde, tentaria um golpe de estado no País.
Sandro Louco, vale citar, é o apelido de Sandro Silva Rabelo, preso no Mato Grosso e considerado pela polícia como um dos líderes da facção. Ele cumpre uma pena de 200 anos de prisão;
Segundo o Tribunal de Justiça do MT, apesar do falso alvará, o criminoso permanece preso. Ao G1, porém, o Tribunal não detalhou se o alvará chegou a constar do sistema interno, nem se as autoridades, naquele momento, constataram se tratar de um documento falso.
Além dele, Delgatti e Zambelli ainda tentaram inserir outros três falsos alvarás de soltura para presos do Distrito Federal.
“Os alvarás de soltura, portanto, foram elaborados a partir de invasão a sistema do CNJ. Não obstante terem sido gerados no âmbito do sistema competente, o conteúdo é falso, já que não houve o prévio regular procedimento interno, nem a assinatura real da autoridade competente”, diz a PGR na em denúncia contra a dupla.
A dupla ainda não se pronunciou sobre o caso.
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