A Universidade de Tsinghua (China), em colaboração com a China Mobile, Huawei Technologies, Cernet Corporation e 40 outras universidades, destruiu as previsões dos especialistas de que redes de dados de ultra-alta velocidade de 1 terabit por segundo não surgiriam até cerca de 2025, relatou o jornal de Hong Kong, South China Morning Post.
O consórcio desenvolveu uma rede backbone entre Pequim, no norte, Wuhan, no centro, e Guangzhou, na província de Guangdong, que pode transmitir dados a 1,2 terabits (1.200 gigabits) por segundo, o triplo da recém ativada Internet2 dos EUA, que opera até a 400 gigabits. A rede chinesa tem extensão de 3.000 quilômetros de cabeamento de fibra ótica.
Como observou o vice-presidente da Huawei Technologies, Wang Lei, no lançamento oficial do novo backbone na segunda-feira (13), a nova rede é “capaz de transferir dados equivalentes a 150 filmes de alta definição em apenas um segundo”.
O lançamento, na Universidade de Tsinghua, ocorreu às vésperas da chegada a San Francisco do presidente chinês Xi Jinping, que irá participar da cúpula da APEC, a Associação de Cooperação Econômica do Pacífico, e também se reunirá com o presidente Joe Biden.
O chamado Plano de Infraestrutura de Tecnologia da Internet do Futuro (FITI) da China, que está sendo elaborado há uma década, foi ativado em julho passado, funcionando de forma confiável e passou em todos os testes operacionais. É a versão mais recente da Rede Nacional de Educação e Pesquisa da China (Cernet).
A conquista – registrou o South China – marca o primeiro serviço de Internet da próxima geração do mundo, mais de 10 vezes mais rápido do que as principais rotas atuais, que operam a 100 gigabits por segundo.
Wu Jianping, da Academia Chinesa de Engenharia e líder do projeto FITI, explicou que a linha ultrarrápida “não foi apenas uma operação bem-sucedida”, mas também fornece à China “tecnologia avançada para construir uma Internet ainda mais rápida”.
PROJETO INÉDITO
As redes de base 5G são essenciais para o desenvolvimento tecnológico e industrial, a educação e a investigação. “O projeto FITI não tem precedentes no mundo”, enfatizou Wu em maio. “Está aberto à sociedade e é capaz de apoiar ensaios experimentais de estruturas de rede inovadoras”. Comparativamente, o novo backbone da Internet substitui até 10 vias regulares que costumavam transportar a mesma quantidade de dado . Isto torna-o muito mais barato e fácil de gerir, disse Xu Mingwei, da Universidade Tsinghua.
A nova rede de base também representa um marco em termos de soberania e independência tecnológica em relação a concorrentes avançados, como os Estados Unidos ou o Japão. Engenheiros e pesquisadores chineses desenvolveram todo o ‘software’ e ‘hardware’ do sistema e fizeram avanços em todos os aspectos tecnológicos. Um roteador ultrarrápido, capaz de lidar com mais dados do que qualquer outro, foi uma conquista para Wu e sua equipe.
Fonte: Hora do Povo
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