Alimentos enriquecidos com proteína de origem animal, incluindo a cama de aviário, resíduos da criação de suínos e farinhas de animais, são danosos à saúde dos ruminantes (bovinos caprinos e ovinos). O alerta é feito pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron). “O produtor não deve, em hipótese alguma, fornecer aos ruminantes proteínas de origem animal”, acentua Fabiano Benitez, coordenador do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros da Idaron.
Antes de alimentar bovinos ou outros ruminantes, com rações, concentrados e suplementos proteicos, o produtor deve conferir no rótulo dos produtos se não se encontram os dizeres: ‘Uso proibido na alimentação de ruminantes’. “Importante observar também quanto a origem destes suplementos, devendo constar na embalagem o registro no Mapa (Ministério da Agricultura)”, alerta Fabiano Benitez.
“Se notar algum animal com sinais de doença do sistema nervoso, como alteração do comportamento, dificuldade de locomoção, paralisia, andar cambaleante, entre outros, o criador deve avisar a unidade local da Idaron mais próxima de sua propriedade”, orienta.
Fiscalização
O alerta da Idaron é feito após técnicos da Agência detectarem farinha de ossos em cerca de 45 toneladas de produtos usados na alimentação dos bovinos. O produto foi encontrado nos cochos e no depósito de uma propriedade rural, no interior do estado, cuja atividade é a recria e engorda de bovinos. “A legislação brasileira de defesa sanitária animal proíbe a produção, comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal, como também, sujeita esses produtos a análises de fiscalização para a identificação dos ingredientes utilizados como fonte de proteína”, explica Benitez.
A ação fiscal visa à prevenção da introdução da Encefalopatia Espongiforme Bovina em Rondônia e no Brasil, vulgarmente conhecida como ‘doença da vaca louca’. A doença afeta o sistema nervoso central dos animais, levando-os a morte. A principal via de transmissão da doença é através da ingestão de alimentos contendo farinhas de carne e ossos provenientes de carcaças de animais infectadas.
Análise
De acordo com os técnicos da Idaron, os sacos armazenados com os produtos não possuíam nenhuma identificação quanto ao conteúdo, seus ingredientes e quanto a origem do produto. “Essa ausência de informações nas sacarias desencadeou a ação fiscal, com interdição da propriedade e coleta de amostras do produto, para diagnóstico nos laboratórios do Mapa, quanto a presença ou ausência de proteínas de origem animal”.
As amostras foram colhidas em duplicata, acondicionadas em embalagens lacradas, permanecendo uma em posse do proprietário para eventual contraprova e a outra foi despachada ao laboratório de referência. Outro procedimento realizado na propriedade foi a identificação individual de todos os 351 bovinos que tiveram acesso ao produto contendo a farinha de ossos.
Em caso de resultado dos testes laboratoriais ser positivo para a presença de proteínas e gorduras de origem animal, os bovinos deverão ser encaminhados para o abate em frigorífico com inspeção oficial, ou serão destruídos na propriedade, caso não estejam aptos para o abate. Cabendo também, a autuação ao produtor por fornecer a seus animais produto proibido por lei para alimentação animal.
Fonte: idaron
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